domingo, 4 de novembro de 2012

Crise e Utopia - O Dilema de Thomas More, de Martim Vasques da Cunha


Terminei de ler Crise e Utopia - O Dilema de Thomas More, de Martim Vasques da Cunha. Sou grato ao Martim por todos os livros que ele me indicou, incluindo The Man Who Was Thursday, The Secret Agent e La Rebelión de las Masas.

Não li "A Utopia", de Thomas More. Aprendi bastante sobre o livro de More lendo o livro do Martim. Há extensas citações de Eric Voegelin, Mario Ferreira dos Santos e outros autores de peso. Mas não tenho certeza se entendi bem o que o Martim quis dizer. Espero ter compreendido o que ele chama de crise: o fato de, a partir do Renascimento, a humanidade se voltar para os problemas humanos, afastando-se das questões religiosas ou espirituais. Acredito que consigo entender o ponto de vista dele, mas não sei se posso chamar isso de crise. Também acho que não posso concordar com as opiniões dele sobre a superbia (o orgulho) e a cupiditas (a ambição). Depois de muito tempo acreditando que eram atitudes prejudiciais, hoje acho que são benéficas e que movem o progresso (material, mas até mesmo espiritual) da civilização.

O que ele diz sobre a morte, a tendência do mundo moderno de tentar esquecer-se dela ou fingir que ela não existe, é bastante válido. O título da terceira parte do livro, em que ele analisa especificamente "A Utopia", é ET IN ARCADIA EGO (também estou na Arcádia). A morte está presente mesmo nos nossos simulacros de paraíso terreno. Isso é verdade, é claro. Talvez uma parte da humanidade precise ser lembrada disso. Porém, acho que qualquer pessoa adulta e minimamente consciente sente essa presença constante e convive com ela de alguma maneira. Não é realmente possível esquecer-se da morte.

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