quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Deus da Máquina, capítulo I

O Ciclo de Energia no Mundo Clássico, primeiro capítulo de O Deus da Máquina, de Isabel Paterson, nos apresenta Pítias, o navegador grego que cruzou o Estreito de Gibraltar, por volta de 300 A.C., e navegou pelo Atlântico. Ele era um misto de cientista e aventureiro. Precisou de grande coragem para empreender sua viagem solitária, e relatou com precisão técnica suas descobertas geográficas e de astronomia aplicada à navegação. Principalmente porque, nessa época, os fenícios controlavam o Estreito de Gibraltar e bloqueavam completamente a navegação por ali. Quem tentasse furar o bloqueio tinha grandes chances de ser morto.

Isabel lembra que os fenícios são mencionados no Antigo Testamento, quando Salomão contrata os homens de Hirão, rei de Tiro, para construir seu palácio e depois o Templo. A partir de onde hoje é a Síria, os fenícios avançaram como um furacão rumo a oeste, até a Espanha. Sua maior realização foi Cartago, metrópole comercial entre o mar e o deserto.

Ela menciona as longas guerras entre a Grécia e Cartago, cujo resultado ainda era indefinido quando surgiu Roma e derrotou ambas. As Guerras Púnicas, entre Roma e Cartago, foram predominantemente navais. Enquanto os gregos e os cartagineses tinham grande experiência no mar, a marinha romana era completamente improvisada. Ela diz que "os romanos recuperaram uma embarcação púnica encalhada e o usaram como modelo para construir uma frota, enquanto treinavam as tripulações necessárias em terra, usando bancadas estacionárias dotadas de remos". Mas tentaram transformar um encontro no mar em algo semelhante a um combate em terra e isso deu certo. Conseguiram sucessivas vitórias contra os cartagineses.

Ela lembra que, no tempo da Invencível Armada, a Espanha dominava os mares e a marinha inglesa era mais fraca e improvisada. Porém, a Inglaterra destruiu a Armada. E compara os romanos com os franceses de Napoleão e o Sul dos Estados Unidos na Guerra Civil, levantando algumas hipóteses para a vitória de Roma e rejeitando-as em seguida.

Sobre a famosa expedição de Aníbal com elefantes cruzando os Alpes rumo a Roma, Isabel considera que a estratégia foi correta. Porém, Aníbal esperava que nações subsidiárias de Roma se rebelassem contra ela e isso não aconteceu. Mas, quando Cipião levou a guerra para a África, aliados tradicionais de Cartago o apoiaram.

Não são as vantagens materiais o que determinou a vitória dos romanos sobre os cartagineses. Os imponderáveis são mais importantes que qualquer fator material. As questões levantadas aqui serão respondidas nos capítulos posteriores.

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