terça-feira, 8 de abril de 2014

A Anábase, de Xenofonte

Acabei de ler a Anábase, de Xenofonte. É uma história de aventura sensacional, muito bem escrita, sobre um fato verídico e épico. Um exército grego de dez mil homens, encurralado na Mesopotâmia, tentando voltar para a Grécia e enfrentando inimigos em cada lugar por onde passou, além de todo tipo de dificuldades.

No ano 401 AC, o rei da Pérsia era Artaxerxes. Seu irmão Ciro desejava tomar o trono e juntou um exército de centenas de milhares de soldados, incluindo cerca de dez mil mercenários gregos. Xenofonte, que não era soldado, resolveu acompanhar a missão, convidado por um dos generais. Na primeira batalha entre as tropas de Ciro e de Artaxerxes, ao lado do Rio Tigre, Ciro é morto. Os gregos, perseguidos pelos persas, marcham para o norte e conseguem sair dos domínios de Artaxerxes. Porém, em quase todos os lugares por onde passam, o povo local tenta se defender do exército invasor. Para conseguir provisões, os gregos em geral tem de pilhar o que conseguem. Em alguns lugares, os habitantes negociam com os gregos e vendem ou cedem provisões em troca de não serem atacados.

A cada momento surge um problema diferente, que precisa ser resolvido com inteligência. Os gregos também vão aprendendo com seus erros, mas cada erro custa muito caro. Xenofonte narra a história em terceira pessoa e se descreve como um líder natural, o grande herói que propõe as melhores ideias e age sempre com grande virtude. Algumas vezes, é incompreendido ou tem de enfrentar a ingratidão dos soldados. Não sabemos se foi assim mesmo que aconteceu, mas a narrativa é empolgante.

Comprei as obras completas de Xenofonte por menos de R$7,00, em inglês e em grego aqui. Não encontrei nenhuma tradução para o português do Brasil. Fiquei tentado a fazer a minha.

Conforme ia lendo, contava partes da história para minha filha, de 8 anos, e meu filho, de 5. Ele disse que os persas se chamavam assim porque perseguiam os gregos. Quando viu o busto de Xenofonte na capa do livro, perguntou se o Xenofonte era uma pedra. Depois, disse que iria desenhar a Anábase. Comprei um caderno de desenho para cada um de nós três. Minha filha desenhou a batalha entre os gregos e os carduquianos. Essas coisas não têm preço.

Um comentário:

  1. seu texto me tirou dúvidas simples, valeu. Daqui da cidade de Uruaçu, Goiás, segue nossa leitura.

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