domingo, 18 de maio de 2014

Guia Politicamente Incorreto do Futebol, de Jones Rossi e Leonardo Mendes Júnior

Foi lançado recentemente mais um livro da série Guia Politicamente Incorreto, o Guia Politicamente Incorreto do Futebol, de Jones Rossi e Leonardo Mendes Junior.

O foco é muito mais o futebol que a política. Os autores abordam alguns fatos curiosos sobre o início do esporte no Brasil, sobre o craque Friedenreich e o racismo nos nossos clubes durante o século 20. Analisam questões da Seleção Brasileira nas Copas de 70, 82, 94 e 98. Sobre a seleção de 70, dizem que João Saldanha não foi demitido por ser comunista, mas por ser um técnico problemático, que estava fazendo o time jogar mal. Com Zagallo, o time conseguiu uma formação que permitia que os melhores craques jogassem juntos. Sobre a seleção de 82, escrevem que o time tinha falhas graves e mereceu perder para a Itália. Comparam o Brasil de 94 com a Espanha de 2010 e concluem que os dois times são muito parecidos.

O último capítulo, sobre Pelé, Maradona e Messi, não faz nenhuma comparação entre os jogadores, mas desmente 13 mitos sobre eles, inclusive o de que Pelé fez parar uma guerra.

Também narra a Batalha dos Aflitos de maneira não muito heróica para o Grêmio.

Meu conhecimento sobre futebol é muito limitado. Não tenho como opinar sobre a maior parte do que o livro trata, exceto para dizer que achei bem escrito e aprendi um pouco sobre essa história. Mas gostei muito do capítulo sobre a Democracia Corintiana, que diz que tratava-se de uma ditadura, manipulada por uns poucos líderes, principalmente Sócrates, Wladimir e Adílson Monteiro Alves. Também gostei muito do capítulo do futebol como negócio. Comparando o faturamento dos principais clubes com o de empresas não tão grandes assim, percebemos que os valores envolvidos no esporte são baixos, muito baixos.

O trecho mais interessante do livro, como Leandro Narloch apontou, é o que diz que a “lei de Gerson” melhora o mundo. Pena que é tratado de maneira tão rápida, poderia ter sido desenvolvido de maneira mais abrangente. As pessoas normalmente entendem “levar vantagem” como um benefício ilícito, mas não existe razão para isso. Se “levar vantagem em tudo” significar trabalhar para conseguir o melhor resultado possível para si mesmo, isso não é de forma alguma antiético. E, então, se cada um procurar o melhor para si mesmo, a vida melhora para a sociedade como um todo, conforme disse Adam Smith: “Não é pela benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas de sua preocupação com seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua humanidade, mas ao seu amor-próprio, e nunca falamos a eles de nossas próprias necessidades, mas sim das vantagens para eles. Ninguém, exceto um mendigo, escolhe depender primordialmente da benevolência de seus companheiros cidadãos.”

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